O professor e engenheiro agrônomo Juan Moreno Sebastianes tem uma reunião importante no mês de junho, mas nada tem a ver com a sua profissão. E sim com o prédio onde mora há 17 anos no Bairro Alto, o San Marino, e é síndico recente, há pouco mais de um ano. As propostas que Juan vai apresentar são ligadas à questão ambiental, coerentes com o fato de ter sido vereador por duas legislaturas pelo PV (Partido Verde), de 1989 a 1996, e secretário municipal do Meio Ambiente, no governo do ex-prefeito José Machado (PT).
“Vou apresentar um projeto de aproveitamento de água da chuva, com necessidade de instalação de cisternas no terraço. O problema é que o custo é elevado e os condôminos podem reclamar, já que isso é claro que será rateado nas despesas do condomínio”, explica. De acordo com o professor, o orçamento ficou em R$ 73 mil, mas aponta a economia que o novo sistema vai representar em relação ao gasto com irrigação de jardim e limpeza do piso. “Acredito que vai diminuir a chance de falta de água, pois nossas reservas irão aumentar. E o desperdício também vai diminuir”, acredita.
A outra proposta é o uso da energia solar, por meio da instalação de um aparelho com placas de foto-voltagem no prédio. Existem duas opções, como destaca Juan. A primeira envolve um aparelho chamado controlador solar fotovoltaico, mas por ter um custo proibitivo, já foi praticamente descartada. A segunda tem um convênio com a CPFL. “Ficamos em rede com a companhia. De dia, mandamos o excedente para a CPFL e, à noite, como não captamos energia, recebemos em troca da CPFL”, explica. Mesmo assim, o custo ficou em R$ 38 mil.
Juan Sebastianes conta que no condomínio existem outras preocupações ambientais, como a coleta seletiva de lixo, que já é praticada há mais de dez anos, e um cuidado maior com o jardim. Há um ano foi até criada uma horta, que fornece salsinha, cebolinha e outras hortaliças para os moradores.
Juan destaca que viver no San Marino, que tem 80 apartamentos, sempre foi prazeroso. “O prédio é ótimo, não apenas por suas instalações e pela localização. O que existe de melhor aqui é o convívio que conseguimos formar, virou mesmo uma grande família, e não é da boca pra fora”, garante.
Além de duas piscinas (uma adulta e outra infantil), o condomínio conta com churrasqueira, dois salões de festa (um amplo, com capacidade para 100 pessoas, e outro gourmet, que acolhe até 20 convidados), sala de jogos, academia de ginástica, sauna seca e a vapor, quadra de futebol e basquete, parque infantil e, em breve, vai inaugurar o fraldário. É como um clube, algo de que o morador do San Marino pode perfeitamente dispensar, pois já conta em casa com todas as comodidades.
“Ser síndico não me estressa, já sei resolver os problemas sem precisar perder a calma”, conta Juan. Ele admite que em determinadas situações, acontece de alguém exagerar no tom de voz ou nas palavras. “É natural, são pontos de vista que às vezes colidem”, ensina. Mas basta ter jogo de cintura. “Às vezes eu sinto que ser síndico é mesmo um ‘abacaxi’, porque exige demais, uma disponibilidade de tempo que por vezes não tenho. Nunca me passou pela cabeça ser síndico, mas agora tento fazer meu melhor. E acho que é uma função que não deve ser ocupada muito tempo por uma mesma pessoa. Tem de haver renovação, é muito melhor para todos”, conclui. (por Ronaldo Victoria)