Fazemos acontecer

Primeira-dama em ação

Publicado na Revista Tutti Vida & Estilo | 06ª Edição | Março | 2013
Foto: Alessandro Maschio / MBM Ideias

De apoio às mulheres dos jogadores a captadora de patrocínios, Silvana Christofoletti arregaça as mangas pelo XV

Para a empresária e nutricionista Silvana de Lima Nogueira Cristofoletti, mulher do presidente Celso Cristofoletti, ser primeira-dama do XV de Piracicaba tem uma primeira definição. “É abrir mão do marido”, conta.

Mas ela confessa já estar acostumada desde o namoro, que foi rápido (ela se casou aos 17 anos). “Naquele tempo, a gente só namorava de sábado e domingo, e com a mãe de guarda. E quase todo domingo ele ‘fugia’ para assistir aos jogos do XV, em Piracicaba ou outra cidade. Depois chegava de noite com uma cara de santo e uma caixa de bombons para me dar de presente. E só descobriu depois de casado que eu detesto chocolate!”, lembra, divertida.

Silvana explica que nem isso fez com que pegasse ‘implicância’ pelo time ou que quisesse apagar essa paixão do marido. Ao contrário, tornou-se torcedora também. A partir de 2004, quando Luís Roberto Beltrame foi para a presidência, começou a ter uma atuação mais expressiva. E confessa que tomou gosto.

Hoje, Silvana é o que se pode chamar de primeira-dama efetiva, que não aparece apenas nas fotos, mas arregaça as mangas e tem um trabalho muito importante, principalmente junto às esposas dos jogadores. Ela é uma espécie de conselheira, guia ou irmã mais velha da maioria delas. “Elas chegam numa cidade estranha, os maridos ficam pouco em casa. Se não estão na rotina puxada dos treinos, viajam para os jogos. Muitas têm filhos pequenos e, às vezes, não sabem a quem recorrer em noites de jogos se a criança tem algum problema”, detalha.

Ela também entra no lado psicológico, tentando dar apoio. Mas ressalta que a questão ‘maria-chuteira’, aquelas moças especialistas em assediar jogadores, não faz parte do roteiro. “Em Piracicaba isso não virou tradição, como nos grandes centros. E se pintasse, a nossa torcedora maior, a Lili (Emília da Rocha Lima), nem deixaria que fosse adiante, porque ela tem um moral grande junto aos nossos rapazes”, conta.

Para ela, o casal Silvana e Celso funciona bem por conta das personalidades diferentes. E complementares. “Ele trabalhou muitos anos na Arcelor Mittal, na parte administrativa, sabe lidar com as pessoas. E é mais coração mole. Eu já sou mais dura, sou aquela que não tem papas na língua”, define.

Foi dessa forma que ela conseguiu melhorar o refeitório do estádio, que serve mais às categorias de base, trocando todos os pratos e talheres, e conseguindo fogões e geladeira novos. Também não se acanha de passar em frente a uma loja ou empresa e entrar para pedir apoio ou patrocínio. “As pessoas acham que não somos uma entidade social. Mas é claro que somos! Fazemos um trabalho de base que é reconhecido.”

Hoje, Silvana diz que ama o XV e frequenta a maioria dos jogos. E também virou uma torcedora apaixonada. “Meu pai, que era militar, sempre dizia que se você não pode com um inimigo, junte-se a ele. Eu percebi isso muito cedo e o inimigo virou paixão.” (por Ronaldo Victoria)

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