Pague R$ 400 e seja sócio vitalício de uma academia com dez aparelhos para usar a qualquer hora do dia. E ainda mais: essa estrutura climatizada estará na sua casa. Tanta comodidade a um preço tão convidativo não é tão utópico quanto parece. No Condomínio Edifício Araguaia, no Centro, isso é realidade.
Um espaço de 18 metros quadrados em área comum do prédio, pouco utilizado, sofreu uma grande transformação. No local havia apenas uma mesa de carteado – que não foi abolida, apenas trocada de lugar. O espaço recebeu aparelhos de ginástica como esteira, estação de musculação, bicicleta ergométrica horizontal e elíptico.
Toda a compra custou R$ 22 mil, divididos entre os moradores dentro de um projeto bem discutido. A ideia surgiu após uma consulta virtual aos condôminos dos 58 apartamentos sobre o melhor aproveitamento do espaço comum do prédio. E desse procedimento apresentou-se uma proposta para uma academia. “Mesmo alguns que resistiram ao investimento, hoje aproveitam a nova instalação”, conta o síndico do Araguaia, Juscelino Rodrigues Monção Neto.
Para o uso do espaço no Araguaia, a administração adotou as seguintes regras: ter no mínimo dez anos de idade e apresentar um atestado médico indicando aptidão para a prática. “Também aconselhamos os condôminos a ter o acompanhamento de um profissional de educação física”, afirma o síndico.
Idico Luiz Pellegrinotti, doutor em anatomia humana pela Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)-Botucatu e professor pesquisador do curso de mestrado em educação física da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) na área de performance humana na saúde e esportes, destaca que, bem amparado, o praticante de exercícios é beneficiado com transformação das funções orgânicas e, também, nos aspectos psicossociais.
Para não errar e prejudicar seu desempenho, o especialista dá dicas relevantes que devem ser levadas em conta. Ele começa pelos aparelhos de musculação e a importância de observar a postura para que outras regiões do corpo não estejam desequilibradas. “Também há cargas que não permitem a execução de mais do que dez movimentos, quando o ideal seria executar esses exercícios empregando ritmo constante e com mais de dez repetições.”
Ainda com relação à musculação, Pellegrinotti destaca que os exercícios devem ser empregados observando-se alternâncias de grupos musculares. “Sem a orientação de um profissional, a chance de sobrecarregar grupos musculares é comum. Isso pode dificultar que se atinja os objetivos estéticos desejados.”
Outra observação importante do especialista diz respeito à sequência habitual no seu momento academia. Ele aponta que os exercícios devem obedecer a uma lógica: primeiro os membros superiores, depois membros inferiores e para o tronco.
Entendendo que série é igual ao número de vezes que se faz o mesmo exercício e, repetições, o número de movimentos do exercício, o professor sugere a seguinte organização: uma série de exercício para a face anterior do braço, com 12 repetições; uma série para a face posterior da coxa; e uma série para abdome. “Essa ação é considerada uma série para cada face. Nessa direção, sempre escolhendo as faces, número de séries e repetições e, aplicando as alternâncias, os exercícios são mais seguros.”
Mesmo conhecendo recomendações de grandes profissionais e estudiosos, o professor Pellegrinotti diz ser importante ter o acompanhamento de um profissional para fazer, por pelo menos uma vez por mês, avaliações e organizar séries de atividades para cada objetivo, tais como emagrecimento e tonificação da massa muscular. (por Cristiane Bonin)