A especialização é uma forte tendência do mercado de trabalho. Com a expansão urbana e crescimento da violência e do poder aquisitivo, o número de condomínios horizontais vem ganhando cada vez mais espaço nos municípios. Acompanhando o setor imobiliário, a figura do zelador ganhou um upgrade.
Tendência recente, com cerca de pouco mais de cinco anos, o administrador de condomínio deixou de lado a figura do homem simples com um molho de chaves na cintura e foi para a sala de aula estudar, assim como um médico ou qualquer outro curso profissional com bacharelado.
É o caso de Vladimir Aparecido de Mori, 54, gerente do condomínio Monte Alegre. “Já deram (o mercado) até um nome estrangeiro para a minha profissão: facility service”, brinca ele.
Assim como cuidar da gestão de uma empresa, Mori tem uma rotina árdua. Em seu currículo constam uma graduação em administração de empresas e um MBA em gestão de pessoas. “Também tenho sete anos de experiência com empresas de terceirização de serviços”, conta o profissional.
Mori administra uma empresa: os verbos planejar, executar e controlar são conjugados diariamente por ele. “Sou responsável por filtrar tudo no condomínio e passar ao presidente da associação, que não é remunerado e não tem muito tempo disponível, somente as questões mais relevantes.”
Segundo ele, os condomínios de luxo e os que possuem grande espaço físico estão optando por ter um funcionário responsável por sua gestão para facilitar todo o complexo de manutenção, resolver problemas cotidianos dos condôminos e o fluxo de pessoas, veículos e mercadorias que entram e saem do local.
Rodrigo Brancalion, diretor da Brancalion Administradora de Condomínios, confirma a tendência, apontando que o novo cargo tem forte demanda mesmo em condomínios horizontais maiores, com loteamentos fechados acima de 100 unidades.
Ele destaca que a figura do administrador facilita muito o dia a dia do síndico. “O administrador é a pessoa que vai fazer o ‘meio de campo’ entre a gestão operacional e quem vai dar a ordem final, que é o síndico.”
A gestão de condomínios e prédios ganhou a atenção das entidades que representam o setor. Tanto o Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) quanto a Aabic (Associação de Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo).
O assunto chegou a tal nível de profissionalização que o Sindicato da Habitação paulista possui uma universidade própria, a Universidade Secovi, um centro de educação corporativa e com incumbência de organizar treinamentos para todos os níveis.
Por lá, há até certificação internacional, o ARM (Accredited Residential Manager) e o CPM (Certified Property Manager), graças a uma parceria firmada com o Irem, entidade norte-americana do setor de administração imobiliária. (por Cristiane Bonin)