Salvar o planeta tornou-se a missão maior do mundo contemporâneo. Entre tantas outras missões do dia, vamos descobrindo que novos hábitos trazem reflexos imediatos na rotina diária, e ao próprio bolso. Além daquele alívio na consciência, fruto do ato de separar os materiais recicláveis do lixo comum, o destino correto do óleo de cozinha usado pode gerar uma economia de até R$ 700, pagos para a manutenção e limpeza de encanamentos de esgoto em condomínios verticais.
De uma forma ou de outra, o interesse da população em depositar os rejeitos corretamente pode ser conferido em números divulgados pela Prefeitura de Piracicaba. A adesão à reciclagem na cidade cresceu, de forma mensal e geral, em 10,3% entre 2011 e 2012.
Conforme dados do Iplapp (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), o programa Reciclador Solidário coletou por mês, em média, 125,53 mil quilos de materiais sólidos e óleo vegetal, em 2011, enquanto que o mesmo cálculo para 2012 chegou a 138,47 mil quilos.
Mesmo com uma coleta de óleo inconstante, o interessante é chamar a atenção da população para o serviço – o Reciclador Solidário recolhe materiais sólidos e óleo usado – que está disponível na porta de casa, é gratuito e traz inúmeros benefícios.
No Conjunto Residencial Vila Rica, no Parque Prezoto, há 48 apartamentos. Augusto Cesar Rocha é síndico lá há 13 anos e há cinco promove a coleta de óleo de cozinha usado. Ele conta que o serviço é prestado pelo Disk Óleo, do Grupo Arantes, de forma totalmente gratuita. “Eles deixam um tambor de 50 litros, que é trocado sempre que seu volume se completa.”
Apesar de Rocha avaliar que os condôminos poderiam se empenhar mais na separação e no depósito do óleo velho no tambor, ele mesmo relata que desde que foi disponibilizado o serviço para reciclagem, o condomínio nunca mais teve de arcar com os gastos de limpeza da tubulação, que podem variar entre R$ 500 e R$ 700.
“Além de contribuir reduzindo a poluição das águas, nunca mais tivemos problemas com entupimento de canos. A cada serviço de desentupimento gastaríamos entre R$ 500 a R$ 700, o que onera o preço do condomínio para todos”, conta o síndico do Vila Rica. O edifício Nova York, no Centro, foi construído há 15 anos e, desde então, adota a boa prática da reciclagem. A síndica Regiane Cristina Grando Bette conta que em todo histórico do condomínio não há registro de problemas com entupimento dos encanamentos. Assim como o síndico do Vila Rica, Regiane também aposta que os condôminos podem se empenhar mais na separação do óleo.
Entretanto, a separação dos resíduos sólidos – plástico, metal, vidro e papel –, no Nova York, já recebeu a atenção devida em sua fase de construção. “Logo no começo, já foi feita uma infraestrutura para separar o lixo e, também, uma campanha de conscientização por meio de avisos no elevador e informes encaminhados aos apartamentos.”
Síndicos, administradores de condomínios e presidentes de associações de moradores têm um papel importante no aumento do nível de reciclagem. Isso porque esses gestores têm um grande potencial nas mãos: um grupo denso de pessoas concentradas em um único local.
Para dar conta de uma demanda maior pela coleta, como é o caso do edifício Nova York, os responsáveis pela administração desses conjuntos urbanos podem fazer um cadastro no Reciclador Solidário para solicitar a coleta especial. A assessoria de imprensa da Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente) informa que o pedido deve ser feito pelo telefone do programa (3417-1004) e que o aumento de dias do recolhimento depende da demanda de cada local.
A área central da cidade (veja o quadro) já possui, há mais de dois meses, uma coleta expandida, com o Reciclador Solidário fazendo o recolhimento três vezes por semana; nos bairros, a equipe faz uma visita semanal.
O Grupo Arantes, por meio do Disk Óleo, também recolhe o material usado para a reciclagem. A empresa faz todo o serviço gratuitamente. O interessado deve ligar para o serviço (3432-5050) e fazer o cadastro. (por Cristiane Bonin)