A dor é o principal motivo que leva o paciente às clínicas de fisioterapia. Chegando ao extremo da incapacitação de movimentos e a se assemelhar a doenças preocupantes como uma hérnia de disco, o diagnóstico de Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) pode ser a luz no fim do túnel.
De origem muscular e caracterizada pelo aparecimento de nódulos, esta síndrome pode ser contornada de maneira simples, descartando procedimentos mais complexos como as intervenções cirúrgicas.
A boa notícia dada pelo fisioterapeuta especialista em postura e ortopedia e traumatologia, Luiz Marques da Rocha Neto, é que a síndrome pode ser tratada de forma fácil e eficaz. O especialista explica que a SDM é um problema muscular de uma ou várias regiões do corpo, caracterizada tanto pela presença de dor local e/ou irradiada para uma região do corpo. “As tensões das faixas musculares e os pontos sensíveis na musculatura podem ser percebidas com a ponta dos dedos, os famosos pontos-gatilhos (PG), vulgarmente conhecidos como nódulos musculares”, explica o fisioterapeuta.
Junto com a dor, a pessoa também pode sentir uma redução tanto da força muscular quanto da amplitude de movimento da articulação na região com problemas, informa Rocha. Também pode haver a sensação de peso e de queimação em um membro ou região específica. “Trata-se, dessa forma, de uma afecção, principalmente dos músculos, mas também das fáscias, dos tendões, ligamentos, bursas e cápsulas articulares.”
A SDM geralmente é o diagnóstico mais comum para aqueles casos de dor nas costas, principalmente, nas regiões da cervical, cintura escapular e lombar, relata o especialista. A síndrome, segundo o fisioterapeuta, pode ter sua origem em processos degenerativos, metabólicos, inflamatórios, infecciosos, neoplásicos (tumores), grandes ou pequenos traumas de inúmeras estruturas do corpo.
As dores musculares não devem impedir uma vida normal e saudável, e por isso é necessário um diagnóstico claro para um tratamento eficaz. Para evitar que pequenos problemas apareçam ou que ganhem dimensões de sérias complicações, o melhor caminho é procurar um fisioterapeuta.
O profissional especializado conferirá o sucesso ao tratamento da SDM. “O fisioterapeuta deve interrogar o paciente a fim de conhecer o histórico da dor, investigando, por exemplo, qual ou quais as suas queixas; como utiliza seu corpo em suas atividades rotineiras, sejam domésticas ou profissionais; se a região da queixa já foi alvo de algum trauma”, enumera o Rocha.
Ele salienta que os nódulos devem ser tratados, de preferência, com técnicas específicas e indolores. “É valido um breve comentário acerca dessa colocação, pois existe uma cultura erroneamente difundida de que as técnicas de tratamento da musculatura, para serem eficazes, têm que causar dor.”
O tratamento adequado, segundo ele, também engloba a reeducação de maus hábitos posturais e a maior consciência do corpo para utilizá-lo de maneira harmônica e com menor sobrecarga das estruturas. (por Cristiane Bonin)
PERFIL DOS PACIENTES COM SDM
- Indivíduos de ambos os sexos, mas com maior incidência entre mulheres, principalmente as de meia-idade e sedentárias.
- Faixa etária entre 31 e 50 anos de idade.