Quando você vai morar num condomínio, vertical ou horizontal, é bom lembrar que é você quem tem de se adaptar ao local, e não o contrário. E se está saindo, mesmo que decepcionado, não custa deixar uma boa impressão final. Quem alerta é Marinez Simão, síndica do Novitália, no Jardim Elite, condomínio vertical com cinco blocos e o sexto em construção. “Mudança é sempre uma coisa complicada para o condomínio, principalmente aquelas de chegada. Porque temos de colocar o zelador ou outro funcionário para acompanhar todo o processo. E ao mesmo tempo garantir que a chegada ou partida não incomode os outros moradores”, afirma.
Por isso, lembra Marinez, os condomínios estabelecem regras, definindo horários em que a mudança pode ser feita. No Novitália, só são permitidas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados das 8h ao meio-dia. Esta, aliás, é a tabela de horários adotada pela maioria dos residenciais. De acordo com a Brancalion, que administra em Piracicaba mais de 100 condomínios entre verticais e horizontais, não existe uma regra única: cada um define a sua norma e a coloca na convenção, para que seja de conhecimento público. Alguns condomínios cobram taxa de mudança, mas é minoria.
Por isso, destaca Marinez é fundamental que quem esteja fazendo a mudança, normalmente um processo desgastante, conheça as regras do local. “Nós temos de ter cuidado para que não incomode quem já está morando. Geralmente as pessoas preferem se mudar no fim de semana para ter mais tempo de acertar as coisas. Mas é preciso lembrar que essa é uma conveniência delas. Eu não posso permitir barulho em horários tardios, nem perturbar o sossego dos condôminos nos domingos e feriados. Por isso, também não permitimos a entrada de terceirizados, como empresas de telefonia ou de TV a cabo, fora dos prazos estabelecidos para a mudança”, explica.
O condomínio administrado por Marinez conta com 200 apartamentos, entre os cinco blocos, sendo atualmente 190 ocupados. “São 190 famílias, é muita gente com quem você precisa lidar, e são pessoas diferentes, com maior ou menor compreensão do que é viver em condomínio. Mas eu sempre opto pelo diálogo”, esclarece a síndica.
Ela também adianta que há a necessidade de fazer agendamento prévio, entender que o condômino deve se responsabilizar por eventuais danos às áreas comuns e, caso não possa acompanhar a mudança, especificar uma pessoa de sua confiança.
Fazer uma mudança não é exatamente a situação mais esperada por alguém. Ao contrário, a maioria tem arrepios só de imaginar. Pensando nisso, transportadoras criam serviços especializados que façam com que o cliente tenha mais tranquilidade e menos estresse na hora de trocar de casa.
É o caso da Transviciana, que atua em Piracicaba. De acordo com o diretor Daniel Mativi Viciana, a transportadora tem preocupação com várias questões durante a mudança. “Por exemplo, para o empacotamento de miudezas e pertences pessoais, temos sempre funcionárias. A mulher é mais delicada para este tipo de serviço”, explica.
No mesmo departamento, o da mão-de-obra, Viciana conta que as equipes da transportadora são treinadas. “Nossa equipe é composta por dois a três funcionários em cada mudança. Todos, quando contratados, passam por um processo de aperfeiçoamento e aprendizagem. Com o conhecimento adquirido, eles podem lidar com qualquer situação e ambiente”, garante.
Mapear é outro detalhe importante. O cliente da Transviciana entrega para a administração a planta para onde está se mudando e detalha onde deseja que cada móvel ou pertence seja colocado. “Nós vamos antes e colocamos tudo no lugar indicado. Quando o cliente chega, já está tudo como ele deseja”, explica.
Isso tudo, claro, sem deixar de lado as condições técnicas. Viciana diz que o estado dos caminhões é um detalhe importantíssimo e que evita aborrecimentos. A empresa conta com uma frota de caminhões Volkswagen novos, modelos 8-150 e 15-180. “Os nossos veículos passam por revisões constantes e contam com proteções laterais, em casos de colisão com outros veículos ou com motocicletas”.
Para terminar, Viciana cita outra questão, que se torna inoportuna para o cliente: a limitação de materiais por meio da transportadora. “Na maioria das empresas de mudança, materiais como plástico-bolha, caixas e fitas são contados e cobrados a mais quando excedem o valor estipulado no contrato. Nós não fazemos isso. É o mínimo que uma empresa pode oferecer e acredito que ficar cobrando a mais causa um desconforto ao cliente. Ele então pensa que quanto mais caixas usar, mais caro terá de pagar. O nosso cliente não tem de se preocupar com isso”, afirma. Isso, claro, ajuda a tornar o preço mais acessível e justo, conclui o empresário. (por Ronaldo Victoria)