A ciência caminha a passos largos quando falamos em compreensão do organismo humano nos níveis celular e molecular. Diante dessa visão, podemos entender o corpo humano como uma grande indústria química, que sintetiza reações para que o funcionamento perfeito possa acontecer e nos proporcionar o que somos ou estamos.
Entretanto, existem nutrientes importantes que, quando insuficientes, limitam a formação de substâncias essenciais ao nosso organismo. Essas ‘peças-chave’ são denominadas de vitaminas, minerais, oligoelementos e antioxidantes presentes nos nossos alimentos.
Dessa maneira, pensando em neurotransmissão, podemos concluir que a qualidade alimentar tem papel determinante na síntese dos nossos neurotransmissores, que são responsáveis por nossas emoções e atitudes perante a vida.
É necessário que enxerguemos o corpo humano como um todo, para que possamos compreender a causa do desequilíbrio. Um exemplo disso é a baixa de serotonina no cérebro, o que leva o indivíduo ao uso de medicamentos que fazem com esse neurotransmissor fique ativo por mais tempo. No entanto, é um medicamento que causa dependência e, se não tratada a causa, exige o aumento da dose de forma gradativa.
O mais assustador de tudo é que 95% da serotonina é produzida no intestino (conhecido hoje como segundo cérebro humano), e mesmo não chegando ao cérebro, tem papel fundamental nas nossas emoções! Portanto, uma depressão, mesmo que multifatorial, está relacionada com saúde intestinal, sem falar em processos inflamatórios já demonstrados em artigos científicos.
É também sabido que alguns metais tóxicos em excesso podem causar doenças neurológicas como Alzheimer, Parkinson, fobias, hiperatividade, falhas de memória, entre outras. Esses metais estão presentes na rotina dos seres humanos por meio das panelas utilizadas para cocção dos alimentos, tubulações de água, pastas de dentes, pesticidas, desodorantes, entre outros.
E o crescente número de crianças diagnosticadas como TDHA (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade)? Será mesmo uma alteração genética que determina a expressão desse gene ou deficiências nutricionais que levam a um movimento de defesa ocasionando o sintoma? Estudos mostram desequilíbrios de neurotransmissores mediados por erros nutricionais como o excesso no consumo de conservantes, edulcorantes, aromatizantes, nitrititos, metais neurotóxicos, fosfatos e outros aditivos químicos presentes nos alimentos processados pela indústria.
Há comprovações de que a alergia alimentar está relacionada com desequilíbrios de neurotransmissores.. Portanto, é imprescindível refletir sobre o atual cenário nutricional da nossa sociedade. Quão pobre está a qualidade das nossas refeições, e pouco tem se falado em alimento! Será que nossas soluções estão apenas em drogas sintéticas? Parece-me que estamos abastecendo mais as indústrias alimentícia e farmacêutica do que ao organismo humano.