Apartamentos podem ser, sim, um lar doce lar para animais de estimação. Especialistas em comportamento animal relatam que muitas raças são adaptáveis a espaços limitados de criação, independente do tamanho.
O que determina o quão adaptável esse animal será a um apartamento é o seu histórico, treinamento e suas atividades recreativas, informa a veterinária e sócia da empresa Vila San Pet, Fernanda Sansigolo. “O mais importante é o novo proprietário estar atento às particularidades das raças que deseja adquirir, como temperamento, grau de atividade, cuidados com a pelagem e problemas comportamentais”, destaca a profissional.
A cartilha sobre animais em condomínios da ProAnima (Associação Protetora dos Animais) – disponível no link material educativo do site proanima.org.br – é categórica na afirmação de que porte e quantidade podem depreciar a vida do animal no apartamento.
“Em todos os países do mundo de clima frio, cães grandes são criados dentro de casas e apartamentos, principalmente no Inverno, sem causar problemas a ninguém. Pare para pensar: um cão grande é menor do que a maioria das pessoas que vivem num apartamento. O que conta é a adequação dos passeios diários do animal e respeito aos limites dos direitos de terceiros, incluindo segurança e sossego das outras pessoas”, informa um trecho da cartilha.
Histórica e tradicionalmente, o cão e o gato são os parceiros dos seres humanos. Shitzu, lhasa-apso, spitz alemão, spitz japonês, pastor de shetland, poodle e buldogue francês são as raças caninas mais procuradas pelos que vivem em apartamentos, informa a veterinária Fernanda.
Entre os felinos, a profissional conta que a procura tende para persa, exotic, siamês e maine coon – este último é famoso pelo seu temperamento muito brincalhão, conta a veterinária.
Cezar Pedrozo, 43, morador do Condomínio Edifício Atlantis, presenteou, há três anos, sua esposa com uma gata da raça persa. “A Giselda é tranquila, não faz bagunça e nem barulho. Os gatos vêm ganhando seu espaço. A adoção de felinos é uma crescente há mais de dez anos e eu recomendo”, afirma Pedrozo, que é editor do Jornal Mundo Animal.
As calopsitas foram escolhidas pela professora Maria Helena Santini Campos Tavares, 48, como animais de estimação. Ela construiu um grande viveiro, que é móvel, para o casal Charlote e Pretinho, e garante que não há transtornos com os vizinhos. “Dá para controlar bem a sujeira e a questão da higiene é tranquila. Com a proteção da gaiola, o animal fica mais à vontade e não corre o risco de ser pisado ou sair voando. Quando eles eram pequenos, meus filhos alimentavam-os com papinha no bico com ajuda de uma seringa. Estas aves são muito inteligentes, demonstram certa tristeza quando ficam sozinhas, mas é possível fazer pequenas viagens e deixá-las com alimento suficiente”, conta Maria Helena, que também tem peixes no apartamento.
A receita de saúde para os pets que vivem em apartamentos é uma rotina diária de exercícios, brincadeiras e carinho. “É uma forma de mantermos eles saudáveis e sem estresse”, diz a veterinária Fernanda. Independente do tipo de bicho e da raça, a profissional orienta que é muito importante oferecer alimentos apropriados e dosados para esses animais.
“Não podemos esquecer que até pouco tempo atrás eles tinham que caçar para se alimentar e suas atividades eram muito intensas, o que, no decorrer dos anos, acarretou em um aumento de peso preocupante e causador de várias doenças articulares, cardíacas e respiratórias”, destaca Fernanda.
Ela alerta também que animais que vivem em apartamentos devem ter uma rotina diária de exercícios, brincadeiras e carinho. “É uma forma de mantê-los saudáveis e sem estresse.” (por Cristiane Bonin)