A Associação Amigos do XV, que surgiu há 12 anos em Piracicaba, tem um grande orgulho e um pequeno dissabor nesse tempo em que se comemora o centenário do time. De acordo com o presidente, o empresário José Carlos Masson, ‘não é bem uma mágoa’, mas o fato é que o trabalho deles não foi mencionado no livro dos 100 anos do XV. “Não fomos sequer mencionados”, afirma. O presidente do time, Celso Christofoletti, procurado pela reportagem, não quis entrar em polêmica sobre o assunto. “Se a revista quer divulgar essa insatisfação do Masson, não temos o que fazer. Aliás, a liberdade de expressão tem que ser respeitada.”
Porém, Masson deixa essa questão em segundo plano para destacar o trabalho da entidade, que surgiu num momento em que o time estava até ameaçado de extinção. A associação foi criada no dia 25 de setembro de 2001, nas dependências da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), na época presidida por Luis Carlos Furtuoso. A primeira formação teve José Machado (que entrou como cidadão e não como prefeito), o falecido deputado João Herrmann Netto, o deputado estadual Roberto Morais e o secretário municipal de Esportes João Paulo Araújo, que era presidente interino do XV.
“Muitos desconhecem que, em 2002, alguns abnegados e apaixonados pelo XV levantaram R$ 80 mil para a inscrição na FPF (Federação Paulista de Futebol), caso contrário o time passaria para o futebol amador, lembra Masson.
Ele destaca que a Associação foi criada num momento em que o XV estava justamente no fundo do poço, e que já havia na cidade um pensamento de que nada mais havia a fazer. Na trajetória da associação, Masson revela que esse otimismo esteve presente todo o tempo. “Nós, da associação, sempre acreditamos, pois, em 2010, lançamos a campanha XV 100 Anos Rumo à Série A1. E o time estava naquela época na A3. E o XV permaneceu na primeira divisão no ano de seu centenário”, diz.
A associação, que tem sede própria, é responsável por celebrar convênios e administrar uma verba da prefeitura, que é repassada integralmente para as equipes de base, formadas por 120 jovens, em sua maioria de famílias carentes. Com isso, a entidade visa à formação de atletas para o futuro. A entidade conta com respaldo de lei muniicpal que prevê a contribuição de R$ 1 na conta de água, pelo Semae, a ser repassado para sua manutenção e funcionamento. Promove, ainda, campanhas de vendas de camisetas do time e de coleta de óleo comestível usado. A sede própria fica justamente na rua XV de Novembro.
O primeiro presidente da associação foi o empresário Tarcísio Angelo Mascarim. Durante esses 12 anos, passaram pelo cargo Paulo Falanghe, Gregório Marchiori e Antonio Luis Lordello Chaim. (por Ronaldo Victoria)