Estudo feito pelo Ipplap propõe a implantação de atrativos que vão de memorial a SPA
Por Cristiane Bonin
Um memorial e um centro histórico. Roteiros turísticos e temáticos sobre história e arquitetura. O antigo engenho de cana-de-açúcar abrigando um centro gastronômico e de entretenimento. Vilas inteiras do final do século 19 recuperadas, com implantação de pousada e centro comercial, e até de um SPA em harmonia com o clima do lugar. Estas são algumas das propostas ‘desenhadas’ para um futuro próximo no bairro mais querido de Piracicaba: o Monte Alegre.
O plano completo para o bairro que, no século passado, foi uma `cidade´ dentro de uma cidade e, há décadas, abriga moradores que se queixam frequentemente da situação de abandono, faz descortinar um novo horizonte no Monte Alegre. O processo de valorização do bairro está previsto num estudo amplo e profundo sobre as zonas de grande importância
para o patrimônio cultural de Piracicaba, documento ao qual a reportagem da Revista Tutti Condomínios teve acesso e antecipa o assunto com exclusividade aos seus leitores.Em seu terceiro volume, o mais recente Cadus (Caderno de Estudos e Projetos para o Desenvolvimento Sustentável de Piracicaba e Aglomeração Urbana) consolida respostas ao Monte Alegre bem como para outros grandes aglomerados urbanos, como são a Rua do Porto e os bairros de colonização trentina Santana e Santa Olímpia.
O estudo colorido, ilustrado e produzido pelo Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), responde a um pedido do Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba), órgão que aguardava sua produção desde meados do ano passado – conforme noticiado na 15a. edição da Revista Monte Alegre – para fazer andar o processo de tombamento tanto do Monte Alegre como da Rua do Porto.
O material saiu nesta semana (segunda semana de maio). No próximo dia 16 (de maio), data da reunião, serão distribuídos os exemplares aos membros do conselho e comissões serão formadas para que possamos fazer um cronograma dos próximos passos. Acredito que as coisas caminharão, diz José Antonio de Godoy, recém-eleito presidente do Codepac.
Até o fechamento desta edição, a previsão é de que o documento seria entregue à Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) em maio – um estudo já foi apresentado ao órgão no final de 2013 e recebeu aprovação – a fim da futura execução da alça que tirará 90 carretas da circulação diária no bairro. presidente do Codepac. A publicação chega no momento exato em que análises técnicas estão em andamento no Estado para futura apreciação do Condephaat, quando o processo de tombamento estadual será concluído.
Segundo a assessoria de imprensa do órgão, não há expectativas de datas, mas os planos de investimentos na região não estão parados. Há dois processos no Condephaat, um de 2013 e outro deste ano, para recuperação da área fabril e de um dos galpões do complexo da Usina Monte Alegre com foco na instalação de um empreendimento no local. Wilson Guidotti Júnior, o Balú, proprietário da área da usina, não faz previsões quanto às datas. Pode ser que amanhã tudo mude, mas hoje eu posso dizer que não tenho uma posição do poder público (Condephaat) e, por isso, não posso mexer em nada na área. E tudo o que está planejado só vai acontecer se houver retorno para a iniciativa privada, diz Balú.
SEM CAMINHÕES
É impossível visitar o bairro Monte Alegre e não perceber o alto tráfego de caminhões pesados que passam pela avenida Comendador Pedro Morganti – principal via do bairro, pavimentada precariamente com paralelepípedos e utilizada como acesso ao antigo anel viário estadual já bem degradado. E todo este transtorno pode ter um fim próximo. O projeto executivo para a construção de uma alça para o novo anel viário, em construção às portas do bairro, está em fase de finalização e chegará em breve às mãos do órgão responsável pela aprovação da obra.