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Vida em condomínio: gentileza é fundamental

Publicado na Revista Tutti Vida & Estilo | 21ª Edição | Agosto | 2015







Por Marilza de Jesus Morais Silva

majesmorais@gmail.com
 
O sonho da maioria da população brasileira em grandes cidades é adquirir um imóvel em condomínio, seja vertical ou horizontal, aliando conforto e segurança à liberdade e privacidade
almejadas. As poucas áreas disponíveis em locais acessíveis valem fortunas por sua proximidade com os grandes centros comerciais, com lazer e fácil mobilidade.
 
Constroem-se edifícios sofisticados, com uso de alta tecnologia, mas se esquecem do primordial: o fator humano e o fortalecimento dos vínculos comunitários. Os conflitos em condomínios são frequentes, a tolerância e a cordialidade não andam de mãos dadas hoje em dia.
 
O artigo 19, capítulo 5º, da lei 4591/64 dispõe: “Cada condômino tem o direito de usar e fruir, com exclusividade, de sua unidade autônoma, segundo suas conveniências e interesses, condicionados, umas e outros, às normas de boa vizinhança, e poderá usar as partes e coisas comuns de maneira a não causar dano ou incômodo aos demais condôminos ou moradores, nem obstáculos ou embaraço ao bom uso das mesmas partes por todos.”
 
No convívio social, o fortalecimento de vínculos faz parte da construção da cidadania entre grupos, reconhecendo que o acesso à participação e enquadramento à garantia dos direitos sociais devem promover o diálogo entre os moradores, a fim de que sejam respeitados os limites e decisões definidos no Estatuto do Condomínio .
 
É preciso analisar a realidade de cada grupo, considerando as características de sua formação familiar, socioeconômica, cultural, e trabalhar de forma dinâmica e interativa a pactuação coletiva para regras de boa convivência.
 
Imagine, depois de um dia cansativo de trabalho, você sonhando com uma boa noite de sono e a vizinha do andar de cima, tarde da noite, passeando com aquele salto irritante? Ou o cachorro arranhando o chão? Adeus descanso... Uma noite de sono interrompida pode trazer estresse físico e mental, e a frequência dessa ocorrência pode provocar problemas como brigas intermináveis que nem sempre o síndico consegue resolver.
 
As pessoas estão preferindo cada vez mais viver em grupos e a cordialidade tende a facilitar a integração no cotidiano. Temos o direito à individualidade dentro da nossa casa ao escolhemos um local para morar. Neste caso, é preciso estar consciente da importância do respeito aos limites e da necessidade de cumprir as regras internas estabelecidas.
 
O cenário atual leva a buscar um novo conceito de sobrevivência. Pensando cada vez mais no coletivo, o momento pede economia de água, prevenção de doenças (como a dengue),
redução do barulho, obediência às leis que permitem a mobilidade de pessoas com deficiência e idosos, ter controle absoluto das nossas ações para alcançar o equilíbrio emocional.
 
Gentileza gera gentileza: abaixar o som para não incomodar o vizinho, recolher a sujeira do cachorro nos espaços públicos, respeitar a velocidade dentro do condomínio, abrir a porta do elevador e dizer ‘bom dia’ ajudam a construir uma rede de bons costumes. Pequenas atitudes podem conquistar uma boa amizade. Lembre-se que uma boa referência pode contar pontos na hora de uma indicação para um cargo na empresa que você trabalha, ou para mudar de empresa e, acredite, dentro do seu condomínio pode ter alguém que pode referenciar você como uma boa pessoa, sem mesmo conhecê-lo intimamente.
 
Seja um modelo de educação e coragem para seus filhos, porque nem sempre encontramos pessoas educadas no cotidiano. Mostre a eles que com os rudes e intransigentes é preciso uma boa dose de paciência. Tenho certeza de que vão admirá-lo e aprender a não usar a força e, sim, a inteligência. Conviver é a arte de aprender a respeitar as diferenças. Não somos todos iguais, temos costumes, pensamentos, gostos e ideias divergentes até entre familiares e amigos.
 
Ao abrir a porta do elevador amanhã, dê um ‘bom dia’ a todos. Se ninguém responder, fale mais alto. Se o elevador estiver vazio, treine e ouça a sua voz. Com o tempo, vai perceber
o quanto é fácil ser cordial. Ganhando simpatia, vai ficar mais fácil ser ouvido quando precisar.
 
Marilza de Jesus Morais Silva é assistente social da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano da Prefeitua de Americana e professora da Faculdade Anhanguera de
Piracicaba.

 

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