Por que é tão difícil mudar hábitos alimentares?
Publicado na Revista Tutti Vida & Estilo | 21ª Edição | Agosto | 2015
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Foto: Shutterstock
Por Carol Fiori
mcarolfiori@gmail.com
Você, com certeza, já fez aquela promessa de que na segunda-feira tudo mudará, que começará uma nova dieta e iniciará os exercícios físicos. E quando esta promessa não se realiza, normalmente é estendida para próximo o ano. Mudar hábitos alimentares não é tão fácil e nem acontece do dia para a noite, porque não alteramos apenas o paladar e as preferências por outros alimentos: remodelamos os aspectos culturais, familiares e sociais, o estado emocional e psicológico, a rotina e o estilo de vida. Comer é um ato extremamente prazeroso e envolvente, mas nossos prazeres nos últimos anos se basearam em alimentos industrializados, ricos em açúcares, gorduras e sódio, os responsáveis por diversas doenças crônicas não-transmissíveis.
E por que a maioria das pessoas somente muda os hábitos alimentares diante de diagnósticos de doenças crônicas ou outras enfermidades?
Orientação e informação não nos faltam, o que faltam é atitude e motivação.
Diariamente, somos bombardeados por informações sobre doenças crônicas não-transmissíveis e, para isso, basta assistir a programas de televisão, seguir pessoas nas redes sociais e buscar orientações de profissionais.
Para reforçar estes índices alarmantes, no Brasil já somos mais de 22 milhões de brasileiros obesos e ocupamos o quinto lugar no ranking mundial da obesidade. O que dizer sobre o aumento desenfreado de crianças e adolescentes acima do peso? Sem contar que mais de 24% da população brasileira tem hipertensão arterial. E pensar que a cada dois minutos morre uma pessoa de problemas cardíacos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada três mortes é causada por doenças cardíacas ou AVC (acidente vascular cerebral). As doenças crônicas são responsáveis por mais de 72% das causas de morte no Brasil. Parece até que nos acostumamos com estes números e nos educamos a tratar as enfermidades em vez de prevení-las.
O primeiro passo para mudar um hábito é compreendê-lo, saber lidar com recaídas, enfrentar as dificuldades e não perder o foco, pois estas mudanças podem ser decisivas para o seu futuro. E você? Quer fazer parte desta estatística? Então deixe pra trás os velhos hábitos alimentares e troque-os por novos mais saudáveis, mas não espere para o ano que vem.
Carolina Bonfanti Fiori é mestra em nutrição humana pela Esalq e nutricionista da Onodera Piracicaba.
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