Pelas paredes
Publicado na Revista Tutti Vida & Estilo | 29ª Edição | Agosto | 2017
Compartilhe:
Por Cristiane Bonin
Tape art faz fitas adesivas transformarem ambientes pelas mãos de uma designer piracicabana
A tape art nasceu do grafite urbano, nos anos 60. Os primeiros desenhos de arte com fitas foram criados por grupos espontâneos, no chão – durante o frenesi de atividades das noites de 1989, nos Estados Unidos. Desde 1993, a arte que emprega o uso do plástico adesivo se espalhou e começou a explorar as infinitas possibilidades. A tape art marca a transformação de ambientes, do público ao privado. “Hoje em dia também vemos as duas técnicas unidas em uma arte só. O resultado é sempre encantador”, declara a designer piracicabana Marina Rodrigues, uma das pioneiras da técnica no Brasil.
Autodidata, Marina aprendeu como manusear e aplicar as fitas adesivas a partir de sua intuição. Com o passar do tempo, desenvolveu suas próprias técnicas, criando um estilo próprio dentro do movimento. Unindo novos conceitos e texturas na aplicação das fitas adesivas, as obras concebidas pela designer trazem sua assinatura impressa no seu estilo singular.
Entre suas várias paixões, a artista explora o abstracionismo e geometria como inspiração para compor suas obras, gerando harmonia com alinhamentos perfeitos que percorrem paredes e superfícies diversas. Explorando espaços com um olhar contemporâneo, a tape artista une estilo e arte para compor ambientes com elegância e charme.
“Antes de qualquer projeto, em especial para um cliente ou autoral, a identidade criativa começa dentro do artista. Meu estilo minimalista, abstrato, geométrico e monocromático é quase que unânime, independente de onde e com quem esteja. A partir disso, eu consigo criar outras características para cada arte”, explica.
Marina atua de duas formas na execução da sua arte: quando se trata de uma encomenda, estuda a volumetria ideal e cada detalhe e personalidade do ambiente, capta todas as características do cliente e, a partir daí, esboça suas sugestões. No caso de projetos autorais, a identidade do desenho confronta sua personalidade e forma como a artista vê o mundo.
“Gosto de trazer temas que me deixem expressar alegria ou, então, assuntos e problemas diários que me deixam triste ou revoltada. Gosto de criar um impacto, mesmo que subjetivo, a quem observa minha arte”;
NICE TO MEET ´U´
Desde criança, Marina vivenciou experiências pelas veias artísticas da família. Marchetaria, design gráfico e mobiliário, joalheria, fotografia e direção artística para televisão são algumas das atribuições que absorveu para sua construção profissional. Formada em joalheria e produção de moda, deu início, em 2009, à sua marca de acessórios. Após oito anos de carreira consolidada, sentiu necessidade de expandir a criatividade e dons manuais.
“Conheci a tape art quando estava de mudança de Piracicaba para Campinas. Trouxe meu atelier de design de joias para o (bairro) Cambuí e, na mala veio junto uma vontade extrema de mudanças internas, novos amigos, casa nova, atelier novo. Durante a semana que eu estava decorando o atelier, minha cliente e arquiteta Fernanda Renosto falou sobre a tape art. Descobri que eu tinha muita facilidade na técnica, e então resolvi passar um ano estudando tipos de fitas, cores, fornecedores e, é claro, fazendo muita arte de graça até sentir que eu estava expert no assunto, ainda inovador no Brasil”, conta a artista que já dedica seu tempo a exposições semestrais.
#QUERO
Você que ficou olhando para as paredes da sua casa ou escritório e pintou aquelas perguntas básicas como se há alguma restrição de superfície; quanto tempo dura, em média, este tipo de decoração; ou quanto custa um projeto profissional da designer piracicabana... vamos às respostas, então! Em ambientes internos é importante evitar superfícies com grande desnível, texturas e umidade. Para os ambientes externos, a exigência maior é quanto ao cuidado na escolha das fitas. “Lembrando que, neste caso, existe a degradação do ambiente que pode diminuir a vida da tape art”, acrescenta Marina.
Sobre a durabilidade, a permanência da arte decorativa dependerá do tipo de fita, da superfície em que foi aplicada e da qualidade e habilidade do profissional que executou o trabalho. “Se houver conhecimento da técnica, é uma arte durável por vários anos. A minha primeira tape art, por exemplo, está em perfeito estado há dois anos. Em média, a duração é de dez anos, tempo que depende dos cuidados com a limpeza da superfície – evite pano úmido ou qualquer produto químico”, esclarece a designer.
A partir de R$ 900 é possível ter um projeto vip com a chancela de Marina. Os valores mudam de acordo com a complexidade da arte, tipo de fita e ambiente, explica ela. Para conhecer mais ‘criadora e criatura’, acesse marinarodriguesdesigner.com.br ou marinarodriguesdesigner no Youtube, Instagram e Facebook. Aakash Nihalani é um hit de Nova Iorque – vale um Google sobre o cara para conferir suas intervenções no espaço público.
Revista Tutti Vida & Estilo Ver todas