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Brilhantes piracicabanos | Especial 250 anos

Publicado na Revista Tutti Vida & Estilo | 29ª Edição | Agosto | 2017

Por Cristiane Bonin

 
Cidade, City, Cité
atrocaducapacaustiduplielastifeliferofugahistoriloqualubrimendimultipliorganiperi
odiplastipublirapareciprorustisagasimplitenaveloveravivaunivora
(acrescente as palavras, cidade, city e cité ao final de cada pausa oral, como atrocidade, caducidade e capacidade. Funciona nas três línguas, português, inglês e francês)
 
As cidades contemporâneas vibram todo o concretismo do poeta brasileiro Augusto de Campos. Em Cidade, City, Cité o clima urbano é marcado por ritmos, idiomas e a comunicação sem pausa para a respiração. Seus filhos e filhas são como elas, as cidades. Piracicaba não foge à regra. Piracicabanos e piracicabanas estão por todo o canto, seja na web ou no Japão. A Revista Tutti encontrou conterrâneos e suas histórias inquietas para comemorar os 250 anos da cidade onde só o peixe para.
 
SANTA ANIMAÇÃO
Um dos maiores conglomerados de mídia e entretenimento do planeta tem um piracicabano ‘de coração’ em sua equipe. Vitor Vilela tem 35 anos e desenha para a Walt Disney desde 2015. Paulistano, ele se mudou para Piracicaba aos 15 anos de idade. No histórico escolar, ele recorda: “Fiz colegial no Liceu Terras do Engenho e me formei em publicidade pela Unimep. Apesar da distância, Piracicaba ainda é meu lar e parada obrigatória toda vez que visito o Brasil”, conta.
 
Para chegar à mais tradicional produtora de animações, Vilela começou a se preparar na graduação. “Em 2001, durante meu período de universidade, estudei alguns softwares 3D para ilustrar os trabalhos de publicidade. Acabei me apaixonando por animação 3D”, lembra.
 
Para acompanhar o mercado profissional e atualizações tecnológicas, a busca por conhecimento é uma constante no vida do animador. “É bacana porque tenho evoluído naturalmente na profissão, mas, sempre tentando aprender e aprimorar a arte”, observa Vilela.
 
No currículo, ele já contabiliza empresas como TV Globo (RJ), Seagulls Fly (RJ), VetorZero (SP), ReelFX (Dallas-TX) e, atualmente, a Walt Disney Animation Studios, em Los Angeles. Os filmes Zootopia e Moana foram os dois primeiros projetos dele. “É uma experiência absolutamente incrível”. E mais novidades vêm por aí. Vilela atualmente está trabalhando em futuros projetos e no Wreck-it Ralph 2 (Detona Ralph 2), que deverá estrear nos Estados Unidos no fim de 2018.
 
DESIMPEDIDA
Alessandra Xavier, 25 anos, é uma das youtubers mais famosas no mundo da bola e, sim, ela é piracicabana, jornalista e uma apaixonada por futebol desde sempre. Aos três anos de idade começou praticar no Clube de Campo e, mais tarde, jogou profissionalmente pelo XV de Piracicaba. “Também fui convidada para jogar nos Estados Unidos, mas, como eu era muito nova, acabei não indo. E, como o futebol feminino no Brasil é muito precário, desisti. Para não ficar longe da minha grande paixão, fiz faculdade de jornalismo para trabalhar com jornalismo esportivo”. E você aí pensando que a Alê ia ficar fora do gramado? Imagina!
 
De cara ela emplacou um golaço: no último ano da graduação concorreu e conquistou um estágio no Globo Esporte, em São Paulo. “Foi uma grande conquista, porque eu sempre me imaginei trabalhando ali. Fiquei um ano como estagiária e mais um ano e meio como produtora”. No passe seguinte, ela driblou sua própria satisfação profissional para ter experiências incríveis. Sim, em maio deste ano, Alê deixou seu trabalho no principal jornal esportivo da Rede Globo, e decidiu mudar totalmente o rumo. “Larguei a TV para trabalhar com Youtube”.
 
Hoje ela integra a equipe – e é a única menina – do time de apresentadores do Desimpedidos, maior canal de futebol do Brasil e quarto maior do mundo. “Concilio o vídeo, que é o que eu sempre gostei, com o futebol, e isso não tem preço. Entrei agora para o time do Desimpedidos e está sendo bem legal. O conceito do canal é diferente de jornalismo. Nele não trabalhamos com o factual, mas com entretenimento”.
 
A nova ‘jogada’ na carreira já lhe rendeu frutos. Com um mês de casa no Desimpedidos, viajou pelo canal para jogar bola no Camp Nou, estádio do Barcelona (Espanha). “Eu jamais imaginei isso na minha vida. Então, aos poucos, eu estou conquistando coisas que eram sonhos de criança”. As novas experiências na vida de Alê também incluem ser reconhecida na rua e seu próprio fã-clube. “Isso é muito ‘doido’.
 
Estou aprendendo a lidar com a situação, mas está sendo incrível. O reconhecimento do público é a melhor forma de saber se o seu trabalho está sendo bem feito. Espero crescer e aprender cada dia mais aqui com o Desimpedidos e conquistar muitos sonhos de criança relacionados ao futebol”.
 

NÃO PARE NA PISTA
Mônica Corazza Stefani tem 57 anos e uma trajetória corajosa e dedicada ao seu desenvolvimento humano. Nasceu em Piracicaba e sua família também é daqui, assim como os amigos de longa data. O universo de família e dos amigos de Mônica se espalhou por todo o mundo quando morou na Europa nos anos 80. Naquela década, ela se tornava, em definitivo, cidadã do mundo, lecionando comunicação na Itália e ganhando espaço na fotografia. Os clics, uma paixão de Mônica, entregaram a ela prêmios na Alemanha e exposições na Dinamarca, bem como no Brasil.
Na bagagem do Brasil para a Europa, a formação em comunicação visual (Universidade Mackenzie) e teatro na Escola Macunaíma. Estava na mesma bagagem também aquela menina que sempre gostou de atuar e que, quando jovem, estabeleceu uma ligação forte com o mundo da atuação. “Quando assistia a TV, já ia além da ficção. Analisava, desde criança, o movimento dos atores, o cenário. Ficava de madrugada assistindo ao Oscar, já que não havia aparelho de gravação”. Na TV, a novela A Pequena Orfã (1968), exibida pela extinta TV Excelsior, marca a memória até hoje. “Não esqueço as cenas e os figurinos, além da história muito triste da personagem principal”.
 
Assídua, desde jovem, nas mostras internacionais de cinema em São Paulo, optou por morar no exterior para, como ela mesma disse, ir atrás das artes. “Era um Brasil de outros tempos na minha época, apesar do teatro de alto nível, havia a censura”. Após experimentar outros países, casar-se com um italiano e estabelecer um cotidiano em Piracicaba com a frenética vida de empresária, Mônica decidiu ‘reciclar’ sua condição de atriz.
 
A mudança de planos veio com os convites, em 2016, para a novela global Haja Coração, de 2016, quando conheceu o diretor Fred Mayrink, e para o seriado Os Suburbanos (Multishow), do diretor Luciano Sabino. A partir daí, Mônica entrou em um velho-novo universo profissional: a atuação e a televisão. “Retomei a carreira com diretores bacanas e faço parte do grupo de estudos com Eduardo Tolentino, do Tapa. Tudo vem com muita batalha e muito estudo, e é o que eu gosto. Não é glamour ou fama que me movem, e nem resultado final, mas a trajetória profissional e emocional”. Ao final da entrevista, a atriz adianta que vêm novidades por aí.
 
 
 
 
 
É OURO!!
Ele acompanhou os passos da irmã e teve todo o apoio da família. Aos 15 anos, Diogo Brajão já tem uma carreira sólida como ginasta. Tudo conspirou para que este piracicabano acumulasse medalhas. Uma história de pódios conquistada com dedicação do esportista e também do seu treinador, Daniel Biscalquim, o professor de educação física que mantém um projeto corajoso de ginástica artística na academia Pira Olímpica, em Piracicaba.
A comerciante Adriana Brajão, mãe de Diogo, lembra que o interesse começou quando Drielle, a filha mais velha, iniciou, aos 9 anos de idade, na ginástica. “Ele ficava repetindo os movimentos em cima da cama”, lembra a mãe. Assim, entre 4 e 5 anos de idade, Diogo começou suas aulas na academia do professor Daniel. “Todo dia de treino, atravessamos a cidade para levá-lo. É um compromisso que depende de nós, pais. Ele nunca faltou e minha vontade é que ele cresça cada vez mais”.
 
E deu certo. Atualmente, Diogo é tetracampeão estadual e brasileiro, e bicampeão sulamericano (categoria infantil). Em 2016, o ginasta piracicabano passou para a categoria juvenil é já tem os campeonatos brasileiro e, no sulamericano, é campeão por equipe na seleção do Brasil. Levou oito medalhas de ouro nos últimos Jogos Abertos do Interior – classificação geral, por equipe e nos seis aparelhos (solo, cavalo com alça, argola, salto e barras paralelas e fixas).
 
Este ano, Diogo integrará a seleção brasileira para competir nos Jogos Sul-americanos da Juventude, previsto para outubro, em Santiago (Chile). Em setembro, técnico e ginasta também marcarão presença no Japão para disputar um internacional juvenil.
 
Entretanto, a vida de desportista tem alto custo e os prêmios em dinheiro só são oferecidos a partir da categoria adulta. “Gasto, por ano, cerca de R$ 9.000 só com taxas de competições. Diogo ainda tem mais três anos na categoria juvenil. Não é fácil fechar esta conta, mas, a expectativa é de que bons resultados venham a partir do momento em que ele possa integrar a seleção olímpica em 2020 ou 2024”, diz, confiante, o treinador.
 
E Diogo? Ele é um garoto focado e simpático. Diz que, por enquanto, quer mais é treinar e conseguir seu futuro com a ginástica. “Vou atrás sempre de uma nota maior e de melhorar o meu rendimento em relação às competições anteriores”. O ginasta, que já se acostumou às medalhas, conta que os amigos também o apoiam. “Os mais recentes ficam encantados com o fato de eu competir e todos sempre torcem por mim quando chegam os campeonatos. Mas, no dia a dia, eles são mais meus amigos e a minha carreira não interfere muito no relacionamento”.
 
Patrocinam o jovem atleta o Delta Supermercados, Paruxa Boutique, Spoleto (shopping), Selam (Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Atividades Motoras) e Colégio Piracicabano.

 

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