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A barriga que incomoda

Publicado na Revista Monte Alegre | 04ª Edição | Setembro | 2011
Foto: Divulgação

Dieta e exercícios, às vezes , não são suficientes para eliminar totalmente o problema

A estação mais quente do ano está aí e todo mundo quer se embelezar, bronzear, perder peso para ir à praia e à piscina. Um dos ‘bichos-de-sete-cabeças’ para dez de cada dez mulheres e para muitos homens é aquela, digamos, indesejável barriguinha. Muita gente até emagrece, faz aquele esforço na academia, não falta um dia sequer, mas a barriguinha que é bom, não perde.

O acúmulo de gordura abdominal ocorre principalmente pelo consumo excessivo de alimentos e de bebidas alcoólicas, sedentarismo e alterações hormonais, dentre outros. Um outro fator que muita gente desconhece e que leva ao depósito de gordura, principalmente abdominal, é o estresse crônico, uma vez que ele provoca o aumento nos níveis de corticóides produzidos pelo corpo e diminui a sensibilidade aos chamados ‘receptores beta-adrenérgicos’ (que têm a função de quebrar as moléculas de gordura).

Para quem quer perder a barriguinha, a primeira providência a ser tomada é uma reeducação alimentar focada no balanceamento da dieta, evitando gorduras, principalmente frituras e doces. O álcool também é um vilão, devendo ser consumido com muita prudência. A prática de atividade física é outra recomendação para quem quer perder a indesejável barriguinha.

O problema é que essas iniciativas, isoladas, não conseguem chegar ao resultado desejado.

A fisioterapia dispõe de um tratamento chamado de eletrolipólise, aparelho de corrente excitomotora que consiste em um método cujo objetivo é estimular a liberação dos receptores beta-adrenérgicos, um dos responsáveis pela quebra da gordura (triglicerídeos) em ácidos graxos e glicerol.

Outras técnicas fisioterapêuticas podem ser associadas à eletrolipólise para um resultado mais rápido, como o ultra-som, a massagem clássica, a crioterapia (efeito termogênico por meio do frio) e o vácuo, cujas indicações dependerão de uma boa avaliação do paciente, ressaltando que é importante desmistificar a ampla utilização da drenagem linfática como meio para quebra de gordura, uma vez que não há explicação fisiológica nem comprovação científica para a ocorrência de tal fato. É importante também saber que não existe eliminação de gordura pela urina como resultado da drenagem linfática.

Esta técnica é indicada principalmente para pessoas com retenção hídrica (edema ou inchaço), uma vez que auxilia a retirada do excesso de líquidos corporais, principalmente as mulheres grávidas, pessoas com inchaço devido a problemas circulatórios, período pré-menstrual, pós-operatórios de cirurgias plásticas, dentre outros. Deve ser lembrado que a drenagem também possui contra-indicações e não deve ser utilizada indiscriminadamente.

Com essas dicas, com certeza neste estação ainda dá tempo de mostrar sua barriguinha nova!


Carla Campos é fisioterapeura e doutora pela USP (Universidade de São Paulo)

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