O Centro Comunitário do Monte Alegre está ganhando cara nova. Desde o final de setembro, o local tem mais uma novidade: um curso de pintura, com aulas dadas pela artista plástica Regina Lúcia Moronti, toda quinta-feira à noite, com apoio da Semac (Secretaria Municipal de Ação Cultural). No último sábado de setembro, o espaço foi palco do Grupo 14 Sambas. Além disso, a cozinha, a despensa e o quiosque com churrasqueira estão novos, o que facilita o aluguel do espaço para eventos.
Logo na entrada, o chafariz que estava abandonado foi recentemente reformado. E, se depender da vontade do presidente do Centro Comunitário, Jean William Pereira, as reformas não param por aí. Ele quer telhado acústico e moderno, sem barulho de chuva; o piso deve dar adeus àquele velho cimentão, substituído por revestimento antiderrapante. A lista inclui, ainda, mudança na calçada para facilitar o acesso das pessoas com deficiência e da Terceira Idade; além de melhoria na iluminação.
Jean batalha pela nova ‘cara’ do Centro, mas sabe que necessita de paciência e de saber esperar para ver o resultado. “É que eu preciso de apoio da prefeitura para conseguir essas mudanças”, afirma.
Ele já apresentou as reivindicações de mudanças estruturais para a Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente), de quem espera uma visita de um engenheiro para analisar um pedido e uma resposta. Ele conta que tem feito a sua parte como presidente do Centro: ser ‘chato’, no bom sentido, claro, e ‘ficar no pé’ para que a administração não se esqueça.
“A gente precisa contar com o dinheiro da prefeitura, pois não temos condições de arcar com essas despesas”, explica Jean, que assumiu a presidência no começo deste ano.
Ele destaca que as melhorias são necessárias para que o lugar ganhe um ar mais moderno e funcional, já que o Centro Comunitário não passa por reformas há muitos anos. “Esse cimento antigo dá uma aparência ruim e tem também a questão de segurança. Estamos pedindo que seja instalado um piso anti-derrapante. Além disso, as telhas de zinco do telhado causam um barulho enorme em dias de chuva, sem contar as goteiras em boa parte da área”, relata.
Além de pedir melhorias no acesso ao lugar, Jean também está batalhando para que o bairro tenha a Academia de Terceira Idade, com aparelhos instalados ao ar livre não apenas para os idosos. É o mesmo tipo de instalação que já existe em vários bairros da cidade. Mas essa reivindicação, adianta, ainda está em compasso de espera. “Eu conversei recentemente com o prefeito Gabriel Ferrato e ele foi bem sincero comigo. Disse que essa questão só seria avaliada a partir de 2014”, conta.
Porém, o presidente do Centro diz que não fica apenas esperando do poder público. É o que aconteceu em relação às obras na cozinha, na despensa e no quiosque. “Nós utilizamos para isso nossos próprios recursos, com o que tivemos de lucro com o bingo que realizamos na sede no mês de junho”, conta. A reforma, orçada em R$ 4.000, envolveu a colocação de piso novo nos três ambientes. Também foi trocado o piso da sala da enfermeira da unidade do Programa Saúde da Família. Jean conta que este é o tipo de investimento que dá retorno. “Nosso pensamento foi deixar o Centro mais bonito para que a gente possa alugar e ter o que oferecer para os contratantes, de qualquer evento”, conta. O local está aberto para eventos lucrativos (bingos, bailes, shows) a R$ 300. Eventos sem fins lucrativos pagam a metade. Interessados podem procurar com antecedência pelos telefones 99652-3063 ou 99775-1984.
O artista plástico Antonio Rodrigues, que mora no Monte Alegre, foi quem repaginou o visual do chafariz que existe na entrada do Centro Comunitário do bairro. E que aliás deixou de ser chafariz, pois teve a parte inferior aterrada e flores plantadas. “Eu achava triste ver que ele estava entregue ao abandono e à dengue, com aquela água parada. E decidi adotar essa área, por minha conta. Não precisei gastar muito, só um saco de cimento”, conta.
Na base, Rodrigues plantou exória, flor vermelha de coloração intensa. E na parte de cima, pensa em fazer uma estátua. Embora o símbolo do Monte Alegre seja um chapéu (como aqueles usados pelos antigos colonos italianos), sua ideia é fazer um pássaro.
Outro projeto de Rodrigues é também utilizar uma das salas do Centro Comunitário, no futuro, para um curso semanal de arte. “É para destacar que o bairro, tombado pelo patrimônio, tem toda significação cultural e artística que deve ser valorizada. Seria uma programação para moradores de toda a cidade, interessados em desenvolver o seu potencial artístico”, explica. (por Ronaldo Victoria)