Moradores do Monte Alegre e entidades desportivas de Piracicaba estão à espera da conclusão das obras no campo de futebol do União Monte Alegre (UMA). Em 2012, a prefeitura iniciou um projeto visando a melhorias como troca de alambrados, drenagem do gramado, pinturas, entre outras. Entretanto, faltam arquibancadas e saídas/entradas independentes para as torcidas, segurança e até mesmo uma sala social para abrigar os 65 troféus do UMA.
A secretária do Centro Comunitário do Monte Alegre, Adriana Aparecida Tobaldini da Silva, afirma que as condições de uso do campo estão prejudicadas pela falta de infraestrutura como vestiários e bar. Segundo ela, a ansiedade pela conclusão das melhorias é grande por parte de todos os frequentadores. “O bar está muito ruim, sem refrigeração. Não tem como disponibilizarmos comida para quem está no campo”, conta Adriana.
No local há intensa movimentação, já que recebe jogadores e público dos campeonatos amador e varzeano, amistosos e treinos do Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba, além das disputas do mesmo time das categorias sub 13 e sub 17, informa a secretária do centro comunitário.
A prefeitura, por meio de assessoria de imprensa, confirma que, em 2013, “o espaço continuará recebendo jogos do futebol amador e varzeano e poderá abrigar as divisões de base do XV de Piracicaba em competições oficiais”. Também há a intenção do poder público para, ainda este ano, implantar uma escolinha de futebol para crianças da região.
Sem especificar datas, a administração municipal também informou que “a intenção é prosseguir com as reformas” e que, “nesse momento, encontra-se em estudo a viabilidade para execução dos vestiários, implantação de mais arquibancadas e melhorias no acesso e estacionamento”.
Conforme relatório sobre as obras já realizadas em 2012 no campo de futebol pela administração municipal, por meio das secretarias municipais de Esportes, Lazer e Atividades Motoras (Selam) e de Defesa do Meio Ambiente (Sedema), foram construídos muros que estavam derrubados, o alambrado lateral foi reformado e outros novos foram colocados atrás dos gols, houve recuperação e manutenção da drenagem do campo, construíram-se arquibancadas de madeira e bebedouros, pintura e novos portões. Todas as intervenções resultaram num investimento total de R$ 67,58 mil.
Segundo o secretário da Selam, Pedro Mello, o local inaugurado na década de 40 apresenta boas condições, porém, necessitava de uma reforma completa. Conforme ele, a reforma é uma reivindicação antiga das equipes amadoras de futebol e de moradores, e ajudaria a desafogar também o Estádio Municipal Barão de Serra Negra.
O presidente da Liga Piracicabana de Futebol, Edivaldo Carnelutti, disse à reportagem da Revista Monte Alegre que a expectativa, como entidade desportiva, é a de que o campo do UMA se transforme em um mini-estádio – a localização no anel viário facilitaria o acesso aos jogos tanto dos times quanto das torcidas vindas de outras cidades. O impasse, conforme Carnelutti, tem relação com a segurança.
“Com a fiação elétrica e demais infraestruturas, há a necessidade do pagamento de um segurança. Se até a estátua da Joaninha Morganti foi levada, não demorará para furtarem as benfeitorias do campo. Esse assunto já foi conversado anteriormente com a prefeitura. E, me parece, que a reforma parou aí, na resposta da pergunta sobre quem iria pagar essa conta [da remuneração da segurança]”, diz Carnelutti. O campo do UMA fica no final da avenida Pedro Morganti, em um lugar ermo, rodeado somente por canaviais e relativamente distante da área residencial do bairro.
O campo de futebol do Monte Alegre nasceu com a formação do União Monte Alegre Futebol Clube (UMA), em 23 de abril de 1923. Atualmente, o time conhecido como Galo Suburbano está entre as 45 equipes piracicabanas da categoria amadora filiadas à Liga Piracicabana de Futebol – entidade filiada à Federação Paulista de Futebol. Porém, o UMA também está entre os 22 times que, apesar de pagarem anualidade à Liga, estão sem time para a disputa de campeonato.
O presidente do Galo Suburbano, Nelson Zinsly – no cargo desde 1969 –, guarda, em sua residência no Monte Alegre, pilhas de diplomas, sacolas de uniformes, documentação e diversos troféus do time. A falta de sócios para o clube – antes com 700, hoje com quatro –, o desinteresse da comunidade na formação do time e a falta de estrutura social formam um cenário que tirou o UMA dos holofotes dos gramados.
“Mas eu ainda tenho esperança de formar um time e, havendo uma sala para abri-la à visitação por pelo menos uma vez por semana, seria um motivador para novas equipes e membros da torcida.” (Cristiane Bonin)