Wilson Guidotti Junior, o Balu, não gosta nada de certas modernidades, principalmente do estilo clean, que recomenda espaços monocromáticos e com poucos objetos. “Eu sempre gostei de ambientes que tenham alma, que mostrem personalidade”, afirma.
E isso é possível ser comprovado no escritório da empresa dele, a Usina de Empreendimentos, no Monte Alegre. O lugar foi dos arquitetos Márcio Hoffman e André Heise, que tinham um escritório, mas se mudaram de endereço. Balu manteve a estrutura do projeto, criado por Hoffman, mas acrescentou no escritório seu toque pessoal.
Logo na entrada, há uma coluna em taipa-de-pilão que, segundo ele, tem duas utilidades. “Primeiro porque serve para que se coloque o logotipo da empresa, como eles faziam. E depois porque dá uma’ quebrada’ e evita que o ambiente fique vazado”, conta.
À direita da entrada, Balu deu à sala de espera um toque artístico: um quadro surreal do piracicabano Rocco Caputto enfeita uma das paredes, enquanto uma grande tela de Márcia Guibal ocupa a parede em frente. Outro destaque é um quadro, em tons escuros, de um artista peruano, que retrata São Miguel Arcanjo. Num canto, uma imagem curiosa, a de um São José de Botas, considerado padroeiro dos bandeirantes paulistas.
Num canto, uma curiosa obra, toda em branco, de um artista chamado Ascânio. São ripas de madeira coladas uma a uma, que assumem uma forma geométrica.
A sala que Balu ocupa, ao fundo, também revela essa preocupação com a ‘alma’. Perto da grande mesa de trabalho, há uma escrivaninha de porta de enrolar, onde guarda CDs e DVDs. Do outro lado, uma enorme porta de madeira maciça, de correr, que dá acesso a uma sala onde ele guarda algumas obras de arte. Mas o que chama mesmo a atenção é uma porta de ferro, que permite ver uma bela área do Monte Alegre. “É o meu quintal. Um belo quintal, não?” (por Ronaldo Victoria)