Fazemos acontecer

Transparência moderna

Publicado na Revista Monte Alegre | 04ª Edição | Setembro | 2011
Foto: Nilo Belotto

O vidro invade as construções contemporâneas

A história do vidro não é nada recente. Os primeiros registros datam de 5.000 a.C. e atribuem aos mercadores fenícios a descoberta (acidental, diga-se de passagem) deste material, do qual a humanidade não abre mão há séculos por sua praticidade, beleza e outros infinitos atributos.

Dentre todos os ‘papéis’ que o vidro vem cumprindo ao longo da história, o de elemento arquitetônico está entre os principais. E hoje, mais do que nunca, ele aparece como tendência nas construções contemporâneas, ajudando a integrar ambientes, a dar sofisticação aos projetos e a trazer praticidade.
Nesta entrevista, o arquiteto Juarez Borges fala da aplicação do vidro nos projetos arquitetônicos e dá dicas imperdíveis sobre como otimizar e valorizar o seu uso.

 

Revista Monte Alegre - Podemos dizer que o uso do vidro tem sido uma tendência nos projetos arquitetônicos contemporâneos?

Juarez Borges - Sim, com certeza o vidro cada vez mais será usado nos projetos, pois, com o avanço da tecnologia, sua utilização ficou muito mais fácil, econômica e versátil. O vidro está sendo usado tanto em instalações comerciais quanto em residências. Na área comercial ele impõe uma barreira sem prejudicar a intersecção dos espaços. Por exemplo, numa fachada de uma empresa, o vidro pode dar a transparência ou não quando usamos a adesivagem ou a serigrafia, que proporciona uma textura limpa e atual ao imóvel.

Quais seriam as vantagens do uso do vidro na sua opinião?

A vantagem principal no uso do vidro, eu diria, é a de proporcionar a integração de ambientes, sejam eles internos ou externos. Em residências ele pode agregar com sua transparência o jardim com a sala. Num ambiente de trabalho, podemos utilizar uma divisória de vidro e, sutilmente, com adesivagem, criar uma semi-transparência, proporcionando um mix de integração de espaço com certa privacidade.

Que cuidados deve-se tomar ao adotar o vidro como material de destaque numa obra?

Creio que deve-se atentar para a utilização adequada do material. O arquiteto deve ter o cuidado de, quando especificá-lo, ver a intensidade da insolação que incidirá sobre o imóvel. Por exemplo, se você propõe uma fachada de vidro voltada para o Norte, terá de usar recursos tais como ‘brises’ para filtrar a luz, caso contrário o ambiente se tornará uma ‘estufa’.


Vidro e sustentabilidade são compatíveis?

Sim, o vidro proporciona a utilização da iluminação zenital (que vem de cima, do céu), tanto em residências como em fábricas e comércio.

Como fica o conforto térmico no uso do vidro?  Há novidades tecnológicas que aumentam as vantagens do uso do vidro?

Sim, atualmente estou fazendo um home theater numa cobertura e resolvi dar a opção de integrá-lo com a varanda. Para isso, teria que solucionar o problema do som e da luz. Então, adotei um sistema de portas de correr de vidro duplo e alumínio. O vidro duplo isola o som e a temperatura, e na estrutura de alumínio existe um botão que, ao acioná-lo, solta um gás que provoca um black-out entre os dois vidros. (por Cristiane Sanches)

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