Fazemos acontecer

Uma alça para o anel

Publicado na Revista Monte Alegre | 15ª Edição | Julho | 2013
Foto: Alessandro Maschio / MBM Ideias

Comunidade espera inclusão de alça de acesso no anel viário para reduzir tráfego de caminhões no bairro

O desmoronamento do trecho do novo anel viário em 1º. de julho, que resultou no embargo à obra por, pelo menos, seis meses, acabou protelando o prazo de entrega do sistema rodoviário chamado de Contorno de Piracicaba e, consequentemente, ‘esfriou’ a expectativa de tirar o fluxo intenso de caminhões pesados que passam pela tradicional via de paralelepípedos do Monte Alegre, a avenida Comendador Pedro Morganti.

Poder público, universidade e empresariado da região do Monte Alegre têm requisitado, desde a apresentação do projeto inicial do novo anel viário, uma alça que ligue ao contorno a estrada para o bairro. Para o incômodo dos que vivem na região, o sistema rodoviário não previa essa comunicação entre as vias.

O projeto do contorno totaliza o investimento de R$ 79 milhões e fará a ligação entre a SP-308 (rodovia do Açúcar – Salto a Piracicaba) e a SP-127 (rodovia Cornélio Pires – Piracicaba a Rio Claro), passando pela SP-147 (rodovia Laércio Cortes – Piracicaba a Limeira).

O presidente do Centro Comunitário do bairro, Jean William Pereira, destaca que o vaivém dos caminhões pela avenida é o principal responsável pelas más condições da via e, também, pela poluição sonora. “Aqui (no Centro Comunitário, que fica na Pedro Morganti) tem momentos em que é impossível se ouvir e conversar”, conta Jean.

Ele informa que a Oji Papéis Especiais, multinacional japonesa, fabricante de papel instalada no bairro, teria estudo próprio sobre logística para utilizar o viaduto do Contorno de Piracicaba que passa às portas da fábrica. O diretor industrial da fábrica, Marcelino Sacchi, diz que a Oji tem grande interesse na instalação da alça e que tem atuado junto às lideranças para viabilizar sua construção. “Estamos dispostos a adequar o fluxo dos nossos caminhões às mudanças desejadas”, enfatiza o executivo.

“Segundo eu já ouvi, as alças de acesso custariam entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões”, diz o presidente do Centro Comunitário.

A comunidade montealegrina, o empresário Balu Guidotti e a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) já aguardavam notícias favoráveis à construção das alças antes da queda de parte do contorno que passa sobre o rio Piracicaba.

Agora, após o desmoronamento das vigas, a única certeza, como resume o interlocutor da Esalq para o projeto viário, o assessor sênior da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) e professor do campus Piracicaba, Wilson Mattos, é “aguardar a decisão da Justiça” para o fim do embargo.

Balu Guidotti está confiante, apesar de considerar que a finalização do Contorno de Piracicaba vai demorar mais do que o esperado. “Mas eu aposto que sai (a construção das alças). Apesar de o episódio ter vitimado cinco pessoas, o que é muito penoso, agora é o momento de refazer o projeto antigo, o que se constitui numa abertura maior para que o acesso do anel viário à estrada do Monte Alegre seja realmente incluído nesse sistema.”

A Esalq também tem se empenhado em fazer com que haja comunicação entre o Contorno de Piracicaba no ponto próximo à avenida Comendador Pedro Morganti. Segundo o assessor sênior da USP, há quatro anos a universidade vem discutindo tal necessidade e esteve presente em pelo menos seis audiências públicas sobre a obra para elucidar os problemas no tráfego da avenida que corta ao meio o campus de Piracicaba.

“O risco de atropelamento e de acidentes de trânsito tem crescido e deve aumentar muito mais com um número cada vez maior de estudantes por conta da ampliação dos nossos cursos de graduação. A construção da alça desafogará o trânsito e diminuirá esses perigos no entorno da Esalq. Também evitará o atropelamento de animais que atravessam a pista. Mas essa alça vai sair, sim, porque há muita pressão da sociedade”, afirma Mattos.

RESPOSTA

Cinco dias antes do desabamento do trecho que passa sobre o rio Piracicaba, a assessoria de imprensa da concessionária Rodovias do Tietê informou à reportagem da Revista Monte Alegre que a própria empresa de operação rodoviária, prefeitura de Piracicaba e Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) estavam estudando a implantação de um dispositivo de acesso e retorno na avenida Pedro Morganti.

No dia 5 de julho, após a ruína de parte do Contorno de Piracicaba, a reportagem questionou a Rodovias do Tietê se algo havia mudado na análise técnica sobre uma alça de acesso. O departamento de comunicação da concessionária limitou-se a informar que “a implantação de um dispositivo de acesso e retorno na avenida Pedro Morganti está em análise pela agência reguladora, a Artesp”.

A agência reguladora, por meio da assessoria de imprensa, informou que um novo pedido de acesso foi protocolado pela prefeitura de Piracicaba na Artesp na segunda semana de julho. Sem mais detalhes, a Artesp só indicou que “o projeto está em análise na agência”. (por Cristiane Bonin)

Revista Monte Alegre Ver todas


Index Soluções
MBM Escritório de Ideias.
Avenida Independência, 1840, sala 814 - Edifício Head Tower - Bairro Alemães   CEP 13419-155   Piracicaba SP  Fone 19 3371 5944  contato@mbmideias.com.br