Fazemos acontecer

Natais dos velhos tempos

Publicado na Revista Monte Alegre | 05ª Edição | Novembro | 2011
Foto: Alessandro Maschio / MBM Ideias

Moradoras antigas do Monte Alegre relembram como o Natal era comemorado no bairro

No Monte Alegre há lembranças de Natais que incluem singelas bonecas de papelão recebidas na festa da usina ou então um Papai Noel que aparecia em um trole enfeitado para distribuir os presentes para a criançada. Hoje, quem vive no bairro diz que a festa mudou, mas a união entre os moradores ainda continua acontecendo.
Quem se lembra da boneca diferente é Cynira Maian Retamero, que conta ter passado quase a totalidade de seus 80 anos no bairro. “Só fiquei fora os cinco anos em que fiquei casada pela primeira vez”, recorda. Depois de enviuvar, Cynira casou-se de novo e refez a vida, outra vez no Monte Alegre.
As recordações de infância de Cynira passam pela Usina Monte Alegre, onde seu pai era colono. “Os Morganti sempre davam presentes para as crianças, nunca deixavam a data passar em branco. Além da boneca de papelão, eu lembro de uma de celulóide, que era muito linda”, conta.
A distribuição dos presentes acontecia ou no Parque da Fazenda ou no Grupo Escolar Monte Alegre. “Hoje não temos mais essa festa, só a fábrica de papel que ainda reúne seus funcionários”, diz Cynira, que não faz a observação em tom de crítica. “Eu não tenho muito do que reclamar, o companheirismo e a amizade entre os moradores ainda continuam muito fortes no Monte Alegre”.
Descendente de poloneses, Maria Olicheski, 70, nasceu em Tupi, mas mora no Monte Alegre há 52 anos, desde que se casou. “O bairro sempre foi bom, tranquilo. E na época do Natal ficava uma beleza. O Papai Noel vinha de trole para distribuir presentes para as crianças. Não era carroça, era mais elegante, todo enfeitado”, lembra.
Maria também se lembra do trole que conduziu Heloisa, filha de Pedro Morganti, em seu casamento na igreja do bairro. “A igreja estava tão enfeitada de flor de laranjeira que a gente ficou um dias ainda sentindo o cheiro impregnado”, diz. Maria também cita os encontros festivos na Teixeirada, espécie de clube da usina. E conta que Morganti também fazia grandes festas no Dia do Trabalho. “Tenho muita saudade. Hoje é diferente, mas continuo gostando daqui.”
De outra geração, a dona de casa Adriana Tobaldini da Silva, 41, viveu uma fase diferente. “Meu pai ainda trabalhava na usina nesta época e minha mãe na Copersucar. Lembro que a gente ganhava presentes bons, mas já não tinha grandes festas”, afirma.
Adriana foi morar no Monte Alegre com cinco anos, ficou até os 15, mas permaneceu afastada por 17 anos. Revela que voltou porque o marido, o bombeiro paulistano Zacarias Silva, se apaixonou pelo bairro. “Eu não digo que me arrependo, porque gosto. Mas sinto que faltam opções de lazer, principalmente para a juventude. Tenho um filho de 12 anos e isso me preocupa.” (por Ronaldo Victoria)

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