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Publicado na Revista Monte Alegre | 05ª Edição | Novembro | 2011
Foto: Alessandro Maschio / MBM Ideias

Aposentado cria blog só com imagens e histórias do bairro

Quer conhecer a história do Monte Alegre de forma leve e divertida? Acesse o Blog do Gaeta: blogdogaeta.blogspot.com. No ar há pouco mais de dois meses, o endereço eletrônico reúne fotos, vídeos e histórias sobre o bairro.
A ideia foi do aposentado Sérgio Renier Pelegrini, 72, que todo mundo conhece no local como Gaeta. O blog deixa claro que quer lembrar tempos idos do Monte Alegre, até pelo subtítulo que aparece na capa: Enquanto Houver Saudades. “Quando eu aprendi a mexer com computador, vi que podia contar a história do bairro por meio das fotos que juntei ao longo de toda a vida”, diz.
Gaeta não sabe a quantidade exata de fotos que acumulou ao longo do tempo, mas já abasteceu o site com 40 registros, de várias épocas, todas em preto-e-branco. Para quem tem saudade, ou para quem deseja conhecer a história, há fotos que mostram o grupo de chorinho infantil do Grupo Escolar Monte Alegre na década de 40, crianças correndo nas ruas para pegar os ciscos da cana queimada, uma interessante competição de corte de cana e a entrega do troféu à equipe vencedora, em 1944, pela matriarca dona Joaninha Morganti.
Entre outros momentos nostálgicos, há a foto de uma turma na Escada do Teixeira, lugar onde segundo Gaeta, “a gente bebia água com as mãos”. Há também fotos de festas natalinas, como a comemoração dos filhos dos funcionários, em 1944, e a chegada do Papai Noel – numa carroça puxada por dois cavalos – na década de 60.
Gaeta conta que a paixão pelo Monte Alegre é mais do que natural. Afinal, nasceu no bairro e ali viveu todos os seus 72 anos. A história da ligação de sua família com o lugar começou em 1900, quando seus pais vieram da Itália para trabalhar na colônia. “Ainda era fazenda de café, e quem controlava não era ainda o Pedro Morganti, mas Antonio Alves Carvalho”, lembra o aposentado.
Ele conta que na época chegaram três famílias que marcaram o início do povoado. Além dos Pelegrini, vieram os Tonin e os Michelon. “Até 1960, metade do Monte Alegre era formado por essas três famílias”, conta. Até que, nos anos 10, Pedro Morganti fundou a Companhia União dos Refinadores, instalou a usina e aos poucos mudou “a cara” do bairro.
Pelegrini diz que não tem muito do que reclamar do Monte Alegre, afinal, é onde está a sua “raiz”, como define. Mas acredita que algumas questões podem ser melhoradas. “A gente tem um atendimento médico bom no Centro Comunitário, mas eu acho que falta lazer para todo mundo”, diz. (por Ronaldo Victoria)

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