Itália é tão grande e rica (não propriamente no sentido literal das palavras) que, a princípio, parece complicado escrever um pouco sobre ela. Mas a intenção é apenas dividir detalhes e fragmentos do cotidiano, absorvidos por esta turista em basicamente seis dias no ‘país na pasta’.
O contato com a Itália teve início, na verdade, em Londres. Alguns dos melhores amigos que fiz por lá são italianos. ‘Parlam’ bastante, pensam intensamente, são astutos, inteligentes, carinhosos e cozinham muito. Adoravam receber visitas e cozinhar para elas. A satisfação deste programa para eles era notável.
Foi com eles que aprendi mais sobre a divisão da Itália entre Norte e Sul, e soube que ela de fato acontece. Com origens na história política e sócio-econômica do país, esta ‘divisão’ ainda é arraigada nos italianos. Com amigos do Norte e do Sul, pude notar as diferenças comportamentais e gastronômicas. Sim, a forma de cozinhar também varia. O Norte tem uma cozinha mais leve, já o Sul utiliza mais os temperos e condimentos.
Começamos a viagem pelo centro, nem no Sul, nem no Norte: a belíssima Roma. Chegando lá, ‘táxi para o hostel, per favore’. O taxista que falava um misto de inglês e italiano já demonstrou sua paixão pela cidade, como um bom romano: ‘Vocês vão ficar num lugar mooolto bom. Aqui molta comida, ristorante, pasta, gelati, bira, tutti aqui! Roma nunca dorme’, gesticulando mais do que podia.
Roma é apaixonante. Em pleno centro da cidade depara-se com tudo aquilo que se vê nos cartões postais: Coliseu, Foro Romano, Palatino, lindas ruínas. A impressão é que eles revivem a história romana dia a dia.
As janelas das casas nas ruelas, particularmente, chamavam minha atenção para fotografias a todo momento, são muito sutis. Um dos lugares para se encantar em Roma, além dos tradicionais e belíssimos pontos turísticos históricos, é a Piazza Navona. Há cafés e restaurantes em toda a volta da praça, e muitos artistas com seus quadros, desenhos e caricaturas. O pôr-do-sol com vista do alto para a cidade na Piazza Spagna também vale muito a pena.
Depois de Roma, o destino foi Florença, uma das cidades mais charmosas da Toscana. Vale a pena passar o dia caminhando pelas ‘piazzas e piazzales’, observando a cidade e as pessoas; visitar o Duomo e o Mercado Central, com muitas tentações, pasta, queijos e molhos; passear nas margens do rio Arno e contemplar os tons amarelo e alaranjado da ponte Vecchio, com todas as juras de amor eterno simbolizadas pelos cadeados que ali foram colocados.
Sentar nas escadarias da Piazza della Signoria também pode render uma ótima tarde. Você pode ter a sorte de encontrar em ‘palhaço-sombra’ que, ali mesmo, se prepara e entra em ação. Depois de muitos sorrisos e brincadeiras com os turistas de todo tipo que passam por ali, deixe algumas moedas no chapéu do ‘clown’ e ganhe um postal com a frase ‘Ama La Vita’.
Ainda mais reconfortante foi terminar o dia com um jantar na Trattoria Marione (dica encontrada na Internet, com bom preço e ótima comida), presenciando mais que nunca os típicos italianos, garçons e garçonetes falando e gesticulando para lá e para cá, tomando seus cafés, cantando e fatiando seus presuntos parma. Apesar de, às vezes, parecer que eles estão sempre discutindo ou protestando contra algo, senti naquele momento muita felicidade e sinceridade.
E, para finalizar, o tradicional ‘limoncello fiorentino’ gelado. Viva!