Foi além das expectativas dos organizadores. Tudo deu certo no final de semana (22 e 23 de setembro) que marcou a comemoração dos 75 anos da Capela de São Pedro do Monte Alegre. O tempo melhorou (não choveu nem um dos dois dias), o que garantiu uma programação agitada e com presença marcante do público de toda a cidade, não apenas do bairro.
“Foi muito bom, uma forma de trazer mais luz para o bairro”, conta o empresário Wilson Guidotti Junior, o Balu. Foi a luz da cultura que se manifestou das mais variadas formas, desde um concerto de música sacra na igreja até uma exposição de artesanato, passando por gastronomia e música popular. “Essa programação está servindo para mostrar a importância em transformar esse espaço em centro de cultura”, adianta Guidotti.
Grande atração do sábado à noite, que se repetiu no domingo pela manhã, foi o concerto de música sacra promovido pela Empem (Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernest Mahle). Destaque foi o grupo de canto gregoriano Chorus Schola Canthorum Sancte Michael Archangele, que existe desde 2007.
O programa contou também com a participação do Coro das Quintas, formado por seis adolescentes, além de outros grupos da Empem. Para o regente Antonio Pessotti, a experiência foi mais do que enriquecedora. “Cantar numa igreja pintada por Volpi, e com a acústica trazida por esse pé-direito alto, é uma maravilha”, destacou.
O público, que lotou todos os espaços do templo, também foi só elogios. O aposentado Hélio Nadir Michelon, 66, nascido e residente no Monte Alegre, não escondia a emoção por voltar a entrar na capela. “Neste lugar se passou toda a minha vida. Aqui eu fui batizado, fiz primeira comunhão, casei e meus filhos foram batizados”, conta.
Já o casal Marcos e Rosana Toledo Ferraz, ambos comerciantes, entrou pela primeira vez na capela, de onde veio direto do bairro Jardim Santa Sílvia. “Nascemos e sempre moramos aqui e foi uma maravilha a apresentação. Principalmente a da soprano, que nos emocionou”, conta Marcos, referindo-se à cantora Raíssa Amaral.
O aposentado Henrique dos Santos mudou-se há dois anos para o Monte Alegre e não se arrepende. “Já é um lugar adorável e esta noite, então, com música de primeira qualidade, tornou-se ainda melhor”, afirma. O professor de história da arte Fernando Furquim reside há mais tempo. “Achei um programa sensacional. A primeira missa gregoriana foi magnífica, de arrepiar”, elogia.
Para os artistas do grupo Villa Feito a Mão, que expôs trabalhos no entorno da capela, nos dois dias, foi uma bela oportunidade de divulgação. Quem conta é Juliana Mesquita, organizadora ao lado de Erica Porto, Erica Steglitz e Janaína Gandhi. “Foi muito bom, os dias estavam com clima gostoso e tivemos um bom movimento”, conta a artista, que faz papelaria artesanal.
O programa também incluiu almoço nos dois dias, a cargo do TRE Ristorante, e um show no final da tarde de domingo com a cantora Pa Moreno, que mora no local. (por Ronaldo Victoria)