Para se obter uma arquitetura de qualidade não é suficiente um bom arquiteto: é necessário que o cliente também seja bom. Mas o que significa ‘um bom arquiteto’ e ‘um bom cliente’?
O bom arquiteto é qualificado e experiente, trabalha para atender, surpreender e superar as expectativas de seu cliente. O arquiteto que só vê o que está à sua frente, atrás de si ou ao seu lado, desconsiderando a opinião e os desejos de quem o contratou, deve ser evitado, pois esse profissional se esquece de quem usará o espaço por ele projetado.
Já o bom cliente não é aquele que dá orçamentos ilimitados. Ele tem que ser parceiro e procurar não pôr obstáculos nas ideias do arquiteto. Tem que confiar nele, acreditar na escolha do profissional mais do que na ‘daquele amigo’, mestre-de-obra, pedreiro, amigo do amigo etc, que dão conselhos em outras direções, aqueles que sempre dizem conhecer outros meios ’mais baratos’ de fazer as coisas.
Clientes inexperientes pedem orçamento de um projeto imaginando que apenas uma planta e uma fachada fazem uma obra. É preciso procurar entender um pouco o que é um projeto de arquitetura, saber do conteúdo e da importância do trabalho de criação do arquiteto.
Ainda nos deparamos com uma certa confusão entre a aquisição de um bem de consumo e um trabalho que envolve conhecimento técnico e criatividade. Infelizmente ouvimos perguntas do tipo: “Por quanto você faria um projeto de uma casa de 300 metros quadrados?” Ou até : “Dá pra você fazer uma plantinha, um rabisco pra mim? Só quero uma ideia de como fazer minha casa”.
Um projeto de arquitetura é composto de escopo (objetivo do trabalho, seu conteúdo) e preço (valor a ser pago para a realização desse conteúdo).
Um bom projeto tem que ter um bom briefing, que nada mais é do que as primeiras especificações do que quer o cliente. É o momento em que o contratante deve expor fielmente suas necessidades, modo de vida , sua cultura, sonhos e planos.
Os projetos complementares são indispensáveis para se ter uma boa obra. São os projetos de estrutura, elétrica e hidráulica que irão compor o projeto arquitetônico. Eles são executados por engenheiros civis especializados nessas áreas.
Com esses projetos em mãos pode-se estudar as possibilidades de execução dessa obra, que pode ser por meio de uma construtora, um engenheiro ou mesmo um arquiteto, desde que possua uma equipe formalizada.
Com os projetos complementares evita-se o superdimensionamento de materiais que causam gastos desnecessários à obra.
Nem sempre o arquiteto inclui em seus trabalhos os interiores e o paisagismo, mas ele tem em mente como e até onde seu projeto poderá sofrer uma intervenção do tipo quebrar paredes, abrir portas etc. Então, é importante que o cliente permita que os profissionais dessas áreas interfiram na concepção do projeto e acrescentem itens que valorizem a obra.